sábado, janeiro 21, 2006

"O que apaixona uma mulher de vinte anos hoje?”
“Quem são vocês? O que são vocês? Pra que são vocês?”
“Vou embora...É melhor voltar... Dar uma segunda chance!"



Provocações de uma semana. E que provocações!!! Cutucões numa ferida purulenta. Perguntas que me deixaram de olhos marejados quando foram feitas. Marejados porque não sabia (sei) as respostas e a angústia me tomou. Paixão??? De que adianta a paixão se não estamos ligadas ao que nos apaixona? De que adiantou vir na minha mente: "Teatro!!! O que apaixona essa mulher de vinte anos é o teatro!"? Nem tive coragem de dar essa resposta, como conseguiria explicar que tenho paixão pelo teatro e não o pratico??? Não conseguiria porque não há explicação. A apatia de que ele tanto fala(va), que tanto lhe incomoda(va) está(va) em mim!!! Ali! Na sua frente, bem diante de seus olhares causadores de inquietação.

Paixão... Paixão... Paixão... Paixão... Paixão... É isso que ecoa, ainda, em mim. Essa mulher (menina) de vinte anos também tem paixão pela “cultura popular” e essa paixão tem causado incontáveis anseios de partir. Ir, sair, largar, deixar... Sair de tudo isso! De tudo isso que não está causando o frenesi da paixão, o desejo. Não que não os ame, mas não tem mais a mesma empolgação. E eu vivo do sentimento, das sensações. A calmaria das sen’s me perturba, não sou eu sem elas. Estou sem elas. Não sou! A coragem de sair? Não tenho! E como não consigo ser/estar sem o fervilhar das sen’s... Procuro meios paliativos. O teatro? Vivenciarei! Decisão tomada! A “cultura popular” (por hora) infelizmente não a vivenciarei no Cariri como desejo. Estudarei, pesquisarei, sentirei... Aqui. A teoria de que quero fugir, mas...

sábado, janeiro 14, 2006

De que adianta???

Solta, perdida no meio do vácuo do universo. Sem ter onde me apoiar, onde segurar. É assim que me sinto! Sim parece que sou bem livre, não? E de certa forma estou, livre de algumas amarras que me impediam de fazer certas coisas. Mas por outro lado me sinto perdida, sem ter um porto seguro, sem ter pra onde correr na hora do desespero.

Perdi os sentidos, os sonhos, as esperanças. Perdi! Agora, exatamente nesse instante, porque talvez amanhã não mais, só me resta a pergunta: De que adianta? De que adianta tantos desejos, se não conseguirei concretizá-los? De que adianta certezas, se elas são falsas? De que adianta teorias, se não há prática? De que adianta se não há nada de concreto, de palpável?

Depois de entregar ao vento minhas certezas e meus dogmas sinto uma enorme vontade de ter, fazer e viver coisas mais palpáveis, mais consistentes. Não quero mais nada que inebrie os meus olhos. Não quero amores cegos, certezas absolutas, verdades inquestionáveis. Quero sim um “amor tranqüilo”, certezas e verdades que vão e vem, que se fazem novas e diversas a cada instante. Sinto a dor de tanta liberdade, de não ter mais certezas, mas sei que ela é necessária e, prefiro essa dor que uma felicidade baseada em não questionamentos.

Não quero mais a passividade que convivi por tantos anos, quero fazer, experimentar, sentir, viver! Quero provar novos sabores, tocar novas coisas, ouvir outras canções, ver paisagens diversas, quero experimentar o mundo do qual me privei. Sair!!! Viver!!! Perceber-me como alguém que só seguiu regras, que só foi por caminhos bem traçados, alguém que nunca ousou verdadeiramente me afoga em novas vontades, mais transgressoras. Talvez seja isso estou precisando transgredir, porém no simples ato de pensar tal atitude, sou dominada pelo medo. Tento de todas as formas, mas não consigo transgredir. E novamente sou condicionada, tudo o que eu não queria ser, todo o porquê do meu sofrer.


"Pensou ser fácil ser feliz
Pensou ser capaz de ser feliz
Pensou conseguir ser feliz com as coisas que diz
Como ser feliz com as percepções que fiz?
Como ser feliz se questiono o quê e quem me diz?"