quinta-feira, agosto 24, 2006

Casar-me-ei!!!
Casar-me-ei em breve...
Com uma ideologia!!!
Com uma causa...
Com o amor...

Casar-me-ei...
Casar-me-ei em breve!!!
Pelo que és
Pelo que sou

Casar-me-ei para ser...
para viver
para compor-me

Um casamento assim...
Não sou tua, nem és meu...
Somos uno e diversos
Somos um universo
Dentro de nós, do que pensamos e do que somos...

Casar-me-ei!!!
Casar-me-ei em breve...
Tendo como testemunhas o vento
e as borboletas...
E como cerimônia
Um simples olhar
E palavras proferidas,
sussuradas aos ouvidos...

quinta-feira, julho 06, 2006




Vem! Venda meus olhos
Envolve-me por inteira
Acalma meu coração
Sussura sentimentos nos meus ouvidos...

Estou aqui de olhos fechados
a tua espera.
Coração inquieto
Cachinhos no mundo.

Sentidos despertados
O corpo sensível a qualquer toque
Na expectativa...

Surges de mansinho
Sinto teu cheiro
E provo teu gosto...
Num beijo
Uma tarde no meio da semana, daquelas comuns, sem nada de espetacular a não ser por aquele pôr-do-sol... O sol já estava atrevido há um tempo, vem pondo-se vermelho, intenso, desenhando maravilhosamente os céus da cidade.

E ela? Ela está lá, com seu vestido azul, seus cachinhos ao vento, sentada serenamente sobre as rochas aproveitando cada segundo daquele pôr-do-sol avermelhado.

O vento, seu amante, acaricia-lhe o rosto e sussurra segredos inconfessáveis nos seus ouvidos. O sorriso se abre e permanece, como que denunciando a felicidade que vive a menina. Sua mente vai povoando-se de sonhos, desejos, devaneios... Ela sorri ainda mais e torna o brilho de seus olhos em espelhos d’alma...

O sorriso nos olhos. O corpo daquela negra menina gritava um silêncio contagiante. Era a vida dialogando com deus, o mundo todo. As pessoas ali eram estrelas, mas não ofuscavam. Reluziam uma forte cor rubra, de desejo. Mas os desejos não são codificáveis, vivem no velado da razão que pouco se ocupou deles. Ahhh... estica os braços e inspira todo o ar salgado que a faz...

Lacrimejar...lágrimas de uma saudade gostosa, daquela pessoa sem rosto ou daquele momento que deixou rastros...não sabia distinguir, só sabia sentir!Sentia não só o Vento..não só as pessoas..mas o lugar...como era extenso o horizonte, como se sentiu pequena diante daquele Mar que batia nas pedras, que batia nela, que batia...

As ondas clamavam dentro das pálpebras provocando gotas de sonhos... Os braços se abrem num impulso de agarrar as nuvens, como se aquele sol vermelho fosse o mesmo coração que pulsava no seu colo... Colo que abrigava tudo e todos, uma trilha de formigas sedentas, que encontram lá a sua casa... Aqueles braços apertados davam o conforto que mais nada conseguiria proporcionar, aqueles beijos estalados como caramelo faziam nascer os sorrisos teimosos... Era aquele ser humano vivaz como os últimos raios que se despediam toda a tarde mas que prometiam voltar no amanhecer seguinte, que mostrava algum sentido ao ar...

terça-feira, maio 16, 2006

Retomada?!?!

É apenas um corpo...
nele? Nada mais pulsa.
As borboletas envolvem-a...
E o vento...
lhe sopra narinas a dentro...
nova vida...



Faz tanto tempo que não pratico esse exercício!!! Escrever!!! Nem sei o porque da parada. Simplesmente parei!!! Acho que o fluxo deixou de correr pelo meu corpo. Mas agora voltou. Lentamente, num registro bem capenga em João Pessoa... Agora o fluxo percorre meu corpo intensamente, não tão intenso como meses atrás, mas numa intensidade já sentida e esquecida pela longa ausência. Uma ânsia de escrever, uma súbita vontade de exteriorizar aquilo que pulsa dentro de mim. De tentar explicar no papel o sentimento que, ao mesmo tempo, comprime e alivia meu coração.

O que tanto quero expor me tomou numa manhã de sexta-feira, numa experiência no mínimo provocadora. O professor nos convida a entrar e reviver a experiência do primeiro semestre!!! Entro na sala lotada, sento-me no chão e começo a observar as fotografias que os calouros tiraram, observo e faço minhas “análises” sobre as fotografias e as circunstâncias e motivações em que elas foram tiradas. As observações feitas pelos alunos e pelos professores, a historinha contada no final da aula... Tudo isso me inebria!!! Volta a preencher-me a vontade de pôr a mochila nas costas e sair por aí olhando, vivendo, convivendo, participando do cotidiano das coisas e pessoas que me encantam, das coisas e pessoas que me instigam a curiosidade de sabê-las. A aula termina e dentro de mim fica a ânsia de praticar meu devir cientista, antropóloga, socióloga, pesquisadora...

Sábado à tarde!!! Mais provocações!!! Um convite a experimentar. E eu??? Claro que aceito!!! Experimento até enjoar. A noite chega e com ela a provocação das provocações... Rever o filme Cidade Baixa, de Sérgio Machado. Todo o realismo e naturalismo que ele utiliza me encantam... Ver as coisas como elas realmente são, sem máscaras, maquiagens, enfeites ou badulaques. Consigo quase senti os aromas das locações, o sangue e o suor das personagens cair em mim de tanto envolvimento com o que se passa na tela. Delicio-me com a idéia de poder fotografar os prédios, os rostos, os corpos... Tentar apreender nas fotografias o cotidiano daquelas pessoas que servem de pano de fundo para a trama do filme. Captar a essência dos lugares nas minhas fotografias... Sentir os aromas da cidade baixa... Continuo com a vontade de sair por aí fotografando, conversando, observando, sentindo as pessoas e os lugares... Começarei pelo centro da cidade de Fortaleza... Em breve espero fugir pra outros horizontes, horizontes a muito desejados...


quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Querer-te

Eu te quero!!!
Sentir-me em teus braços
Ter-te em meus braços
Sussurrar palavras em teu ouvido
Sentir tuas mãos a me acariciar
Roçar meus lábios nos teus
Ter-te ao alcance das minhas mãos
E dos meus desejos.

Mas, não “te quero”
Não te quero assim!
Não te quero “meu”!
Sei que também não quer
Ser meu, assim.

Quero-te livre
No ir e vir pra mim
Quero-te solto.
Caminhando pela vida.

Mas sei que te querer
É te perder.
Mesmo que não te queira “meu”
Irei perder-te
Quando sentires que te quero.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Algo se quebrou

Ele acordou e sentiu o cheiro novo que está no ar. Um cheiro desagradável, cheiro de perda, de coisa que quebra. Procurou em todos cantos do quarto e da casa, mas não achou. Não achou o que provocará aquele cheiro, mas o sentia e cada vez mais intenso e por isso sabia que algo de errado acontecerá...

É bem provável que as coisas já estivessem acontecendo há tempos, mas hoje, apenas hoje os seus sentidos foram aguçados e ele foi capaz de perceber. Não sabe onde, porquê e nem mesmo o quê aconteceu, mas aconteceu!!! E o acontecido modificou aquilo que, para ele, era comum, rotineiro, já fazia parte do seu cotidiano. É o caminhar da vida, os movimentos que ela realiza. E ele sempre soube, que mais cedo ou mais tarde, alguma coisa iria acontecer. E até estava se preparando para isso, só não esperava que fosse assim, tão repentinamente (Será mesmo que foi repentino? Ou ele apenas viu o que queria ver?).

A separação seria inevitável! Mas para ele seria antes física e somente depois, de longo tempo, afetiva. Infelizmente não foi isso que ocorreu! Os “viveres” já não são os mesmos e a cada encontro, ele sente que não são mais como aqueles de poucos dias atrás. As perguntas não são mais respondidas com a mesma atenção e sinceridade, por vezes são até ignoradas. Dividir??? Esse verbo não é mais conjugado nas relações, em muitas delas.

Ele se martiriza e procura, em cada ação passada, o que poderia ter desencadeado essa quebra. Busca inútil, pois não há! Nada que ele fez ou deixou de fazer provocou isso e nada que ele faça pode alterá-lo. É a vida tomando seu rumo, são as novas experiências e sensações sendo vividas, por ambos os lados. Mas... Talvez isso não passe de um delírio, de uma sensação deturpada, talvez o cheiro seja apenas o gás que está ligado.

sábado, janeiro 21, 2006

"O que apaixona uma mulher de vinte anos hoje?”
“Quem são vocês? O que são vocês? Pra que são vocês?”
“Vou embora...É melhor voltar... Dar uma segunda chance!"



Provocações de uma semana. E que provocações!!! Cutucões numa ferida purulenta. Perguntas que me deixaram de olhos marejados quando foram feitas. Marejados porque não sabia (sei) as respostas e a angústia me tomou. Paixão??? De que adianta a paixão se não estamos ligadas ao que nos apaixona? De que adiantou vir na minha mente: "Teatro!!! O que apaixona essa mulher de vinte anos é o teatro!"? Nem tive coragem de dar essa resposta, como conseguiria explicar que tenho paixão pelo teatro e não o pratico??? Não conseguiria porque não há explicação. A apatia de que ele tanto fala(va), que tanto lhe incomoda(va) está(va) em mim!!! Ali! Na sua frente, bem diante de seus olhares causadores de inquietação.

Paixão... Paixão... Paixão... Paixão... Paixão... É isso que ecoa, ainda, em mim. Essa mulher (menina) de vinte anos também tem paixão pela “cultura popular” e essa paixão tem causado incontáveis anseios de partir. Ir, sair, largar, deixar... Sair de tudo isso! De tudo isso que não está causando o frenesi da paixão, o desejo. Não que não os ame, mas não tem mais a mesma empolgação. E eu vivo do sentimento, das sensações. A calmaria das sen’s me perturba, não sou eu sem elas. Estou sem elas. Não sou! A coragem de sair? Não tenho! E como não consigo ser/estar sem o fervilhar das sen’s... Procuro meios paliativos. O teatro? Vivenciarei! Decisão tomada! A “cultura popular” (por hora) infelizmente não a vivenciarei no Cariri como desejo. Estudarei, pesquisarei, sentirei... Aqui. A teoria de que quero fugir, mas...

sábado, janeiro 14, 2006

De que adianta???

Solta, perdida no meio do vácuo do universo. Sem ter onde me apoiar, onde segurar. É assim que me sinto! Sim parece que sou bem livre, não? E de certa forma estou, livre de algumas amarras que me impediam de fazer certas coisas. Mas por outro lado me sinto perdida, sem ter um porto seguro, sem ter pra onde correr na hora do desespero.

Perdi os sentidos, os sonhos, as esperanças. Perdi! Agora, exatamente nesse instante, porque talvez amanhã não mais, só me resta a pergunta: De que adianta? De que adianta tantos desejos, se não conseguirei concretizá-los? De que adianta certezas, se elas são falsas? De que adianta teorias, se não há prática? De que adianta se não há nada de concreto, de palpável?

Depois de entregar ao vento minhas certezas e meus dogmas sinto uma enorme vontade de ter, fazer e viver coisas mais palpáveis, mais consistentes. Não quero mais nada que inebrie os meus olhos. Não quero amores cegos, certezas absolutas, verdades inquestionáveis. Quero sim um “amor tranqüilo”, certezas e verdades que vão e vem, que se fazem novas e diversas a cada instante. Sinto a dor de tanta liberdade, de não ter mais certezas, mas sei que ela é necessária e, prefiro essa dor que uma felicidade baseada em não questionamentos.

Não quero mais a passividade que convivi por tantos anos, quero fazer, experimentar, sentir, viver! Quero provar novos sabores, tocar novas coisas, ouvir outras canções, ver paisagens diversas, quero experimentar o mundo do qual me privei. Sair!!! Viver!!! Perceber-me como alguém que só seguiu regras, que só foi por caminhos bem traçados, alguém que nunca ousou verdadeiramente me afoga em novas vontades, mais transgressoras. Talvez seja isso estou precisando transgredir, porém no simples ato de pensar tal atitude, sou dominada pelo medo. Tento de todas as formas, mas não consigo transgredir. E novamente sou condicionada, tudo o que eu não queria ser, todo o porquê do meu sofrer.


"Pensou ser fácil ser feliz
Pensou ser capaz de ser feliz
Pensou conseguir ser feliz com as coisas que diz
Como ser feliz com as percepções que fiz?
Como ser feliz se questiono o quê e quem me diz?"