terça-feira, maio 16, 2006

Retomada?!?!

É apenas um corpo...
nele? Nada mais pulsa.
As borboletas envolvem-a...
E o vento...
lhe sopra narinas a dentro...
nova vida...



Faz tanto tempo que não pratico esse exercício!!! Escrever!!! Nem sei o porque da parada. Simplesmente parei!!! Acho que o fluxo deixou de correr pelo meu corpo. Mas agora voltou. Lentamente, num registro bem capenga em João Pessoa... Agora o fluxo percorre meu corpo intensamente, não tão intenso como meses atrás, mas numa intensidade já sentida e esquecida pela longa ausência. Uma ânsia de escrever, uma súbita vontade de exteriorizar aquilo que pulsa dentro de mim. De tentar explicar no papel o sentimento que, ao mesmo tempo, comprime e alivia meu coração.

O que tanto quero expor me tomou numa manhã de sexta-feira, numa experiência no mínimo provocadora. O professor nos convida a entrar e reviver a experiência do primeiro semestre!!! Entro na sala lotada, sento-me no chão e começo a observar as fotografias que os calouros tiraram, observo e faço minhas “análises” sobre as fotografias e as circunstâncias e motivações em que elas foram tiradas. As observações feitas pelos alunos e pelos professores, a historinha contada no final da aula... Tudo isso me inebria!!! Volta a preencher-me a vontade de pôr a mochila nas costas e sair por aí olhando, vivendo, convivendo, participando do cotidiano das coisas e pessoas que me encantam, das coisas e pessoas que me instigam a curiosidade de sabê-las. A aula termina e dentro de mim fica a ânsia de praticar meu devir cientista, antropóloga, socióloga, pesquisadora...

Sábado à tarde!!! Mais provocações!!! Um convite a experimentar. E eu??? Claro que aceito!!! Experimento até enjoar. A noite chega e com ela a provocação das provocações... Rever o filme Cidade Baixa, de Sérgio Machado. Todo o realismo e naturalismo que ele utiliza me encantam... Ver as coisas como elas realmente são, sem máscaras, maquiagens, enfeites ou badulaques. Consigo quase senti os aromas das locações, o sangue e o suor das personagens cair em mim de tanto envolvimento com o que se passa na tela. Delicio-me com a idéia de poder fotografar os prédios, os rostos, os corpos... Tentar apreender nas fotografias o cotidiano daquelas pessoas que servem de pano de fundo para a trama do filme. Captar a essência dos lugares nas minhas fotografias... Sentir os aromas da cidade baixa... Continuo com a vontade de sair por aí fotografando, conversando, observando, sentindo as pessoas e os lugares... Começarei pelo centro da cidade de Fortaleza... Em breve espero fugir pra outros horizontes, horizontes a muito desejados...